• Sobre
  • Trabalhe Conosco
  • Contato

Frispit | Comunicação UCS

  • Publicações
  • TV
  • Monografias
  • Rádio
  • Offset

Semana Acadêmica de PP na UCS – Trajetória feminina no audiovisual

  • por Frispit
  • em Destaques
  • — 30 set, 2019

Semana Acadêmica do Curso de Publicidade e Propaganda da UCS discute o tema “Trajetória feminina no audiovisual”, com Lauren Fogaça.

A mulher no cinema e sua luta e trajetória por espaço

A diretora Lauren Fogaça fala sobre “A mulher no audiovisual”

 

A programação da Semana Acadêmica do Curso de Publicidade e Propaganda da UCS incluiu, no dia 25 de setembro o workshop“Trajetória feminina no audiovisual”. A jovem produtora Lauren Fogaça, de apenas 20 anos, foi a facilitadora do tema.

Lauren começou no audiovisual aos 16 anos, com a produção do documentário “Tanto Mar a Navegar”. Desde então, vem exercendo o papel de diretora e roteirista em curtas e documentários independentes. É aluna do curso de Publicidade e Propaganda da FSG – Centro Universitário da Serra Gaúcha e trabalha como editora da Spaghetti Filmes. Recentemente, foi premiada pelo Cineserra com seu documentário Escarlate e, também, pelo Videoclipe Setembro da cantora Vic Limberger.

Com a frase “todo olhar envolve algum tipo de prazer” Lauren abriu a palestra e afirmou que há um senso comum de que o homem domina a área do audiovisual no Brasil. Para explicar isso, a jovem diretora, apaixonada por documentário, apresentou uma síntese da história do cinema brasileiro. De forma geral, há, em cada fase, mulheres que se destacaram.

 

PERÍODOS QUE MARCARAM A EVOLUÇÃO DO CINEMA NO BRASIL

Um dos primeiros filmes produzido no Brasil, foi o documentário mudo (o som chegou depois), Ancoradouro de Pesquisadores na Bahia de Guanabara, em 1897. Infelizmente, restam apenas 24 frames desse filme.

Em 1827, o áudio começa a aparecer nos filmes, isso dá um impulso e aumenta o interesse das pessoas por cinema. Nos anos seguintes, os filmes americanos chegam e tentam tomar espaço. Contudo, a dublagem ainda não era uma opção. Sendo assim, a preferência do público ainda era o cinema nacional. A figura de destaque nessa época é Carmen de Santos.

A Chanchada surge na década de 30. É um gênero leve, que mescla entretenimento e humor, de caráter popular e ingênuo. Logo, uma das mulheres que marcou o período no cinema foi Gilda de Abreu. Além dela, uma figura de destaque é Dercy Gonçalves, lembrada pelo seu humor incontestável. O estereótipo da mulher bonita/feia toma espaço e o filme Dona Xêpa é um exemplo. Até esse momento, o machismo não permitia que os nomes das mulheres aparecessem nos créditos dos filmes.

 

CINEMA NOVO

A fase do Cinema Novo tem como destaque o filme“A entrevista”, de1966. Helena Solberg é a voz feminina que surge. É dela a frase “ Eu era metida mesmo” ao se referir a sua forma de se rebelar contra o domínio masculino. Por outro lado, Helena Ignez, tem outra expressão, típica de quem estava inconformada com os rumos do cinema. Sobre o cinema novo ser ” libertador”, ela diz ” libertador para quem?” Já que os filmes eram feitos para “agradar”os homens e a mulher era objeto manipulado.

A fase seguinte foi a da Pornochanchada, que surgiu na época da ditadura. Assim, veio para reforçar o papel da mulher como objeto, “produzida” para agradar sexualmente ao homem e gerar lucro. O turismo sexual, por consequência, começa a aparecer nesse período.

Nos anos seguintes, conforme Lauren, o cinema brasileiro toma outros rumos, influenciados por acontecimentos sociais e internacionais. Entre eles, o primeiro festival de cinema feminino na Europa. O período das trevas, que se desenvolveup; com o fim da ditadura. Isso ocorreu, devido à gigantesca dívida externa que resultou no corte de verbas para cultura e arte. Por esse motivo, houve pouca produção no período.

 

Grupo de alunas que participaram da palestra de Lauren, também defendem a luta por espaço feminino no audiovisual

Estudantes de PP prestigiaram o evento

 

PERÍODO DO AUDIOVISUAL MARCADO PELA FIGURA FEMININA

Em 1975, surge a “Lei do Curta” que favoreceu para que filmes de curta metragem fossem exibidos nas salas de cinema do País.

A trajetória feminina do audiovisual é iniciada nesse período. Adélia Sampaio, se torna a primeira mulher a dirigir um longa no Brasil. O filme que teve sua direção é “Amor maldito”. Posteriormente, de 1990 a 1992, as fases do cinema se resumem à Era Collor. Ao mesmo tempo, esse período foi pobre, pois produziu um único filme ” A grande arte”. E, o “Cinema de Retomada” em 1992, que é uma excelente expressão da presença da mulher no cinema.Surge a mulher dirigindo e também como protagonista.

O filme “Como nossos pais”, dirigido porLaís Bodansky , em 2017, traz a mulher em transformação.O feminino que busca liberdade, verdade, ser quem se é. O filme faz portanto,um recorte sobre a vida de uma mulher que cansa de fingir ser a supermulher.Uma verdadeira oposição à “imagem” da mulher submissa e recatada. Do mesmo modo, o feminismo vem à tona com Yasmin Thainá em Kbela que também aborda questões raciais e sociais.

 

TRAJETÓRIA FEMININA EM BUSCA DE ESPAÇO NO AUDIOVISUAL

Desde o início da história do cinema brasileiro, em 1896, a produção era unicamente realizada por homens, assim como várias outras atividades. Desse modo, destaca-se o aspecto de inferioridade do papel da mulher na sociedade. Elizabeth Ann Kaplan, escritora americana, é fundadora da abordagem feminista na crítica cinematográfica nos anos 70.

Elizabeth é pioneira no estudo da representação feminina no cinema.Acredita que o estereótipo feminino projetado pela indústria cinematográfica foi idealizado por homens para o prazer e satisfação de outros homens. Do mesmo modo, a ausência de profissionais do sexo feminino por trás das câmeras contribuía para a construção desse cenário opressor. Entretanto, hoje, esse ainda é um problema bastante recorrente. O que motiva, no século XXI, é o fato de essas questões serem trazidas à tona mais facilmente e, debatidas de forma ampla e abertamente.

 

A MULHER NA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL

Há uma ideia de que os olhares feminino ou masculino na produção cinematográfica resulta em sensibilidades diferentes de conteúdo. Janice d´Ávila diretora de fotografia da Associação Brasileira de Cinema, concorda e discorda sobre valorizar esse aspecto feminino. Conforme d’Ávila, o processo de filmagem de um set, comandado por uma mulher, tem um cuidado mais confortável para a atriz se sentir à vontade em determinadas cenas. Por outro lado, discorda que o produto final seja diferente por esta razão.

Lauren, revela que há um pensamento equivocado nos homens sobre o que seria essa sensibilidade feminina. Além disso, observa que há restrições de trabalhos mais densos, realizados somente por produtores homens. Desse modo, o audiovisual ainda é liderado, em peso, pelo sexo masculino. Até o momento, as mulheres ganharam uma fatia muito pequena de oportunidades no mercado. Sobretudo, no mercado caxiense.

Lauren, é um exemplo de profissional que constrói de forma determinante sua trajetória feminina no audiovisual

A produtora Lauren mostra para o grupo, um de seus trabalhos premiados

 

A CUSTOSA LUTA PELO ESPAÇO FEMININO NO AUDIOVISUAL

A jovem começou cedo, mas, precisa correr atrás para conseguir trabalhos. Sendo assim, unir forças e indicar o trabalho dos colegas de profissão pode ser uma saída para ganhar mais visibilidade. E, quem sabe assim, conquistar um espaço mais expressivo. “Muitos trabalhos não são passados para as mulheres, tem um clube do bolinha muito grande dentro dessa indústria.” Lamenta Lauren. Dessa forma, quem deseja se consolidar na área, precisa produzir trabalhos independentes e divulgá-los por conta própria à espera de ser visto com outros olhos por uma produtora.

A trajetória feminina no audiovisual é ainda mais custosa. Ao disputar uma vaga de emprego, a mulher sair em desvantagem pelo gênero. Isso ocorre, mesmo quando se tem estudo e um portfólio de qualidade. Quando consegue um trabalho é ainda mais julgada, cobrada em dobro. Tem bastante produção feminina de audiovisual, ao contrário, do que muitas pessoas pensam. Entretanto, esses trabalhos não chegam a ser escolhidos para participar de festivais da região, explica Lauren.

A cultura brasileira consome muito cinema estrangeiro. E talvez não se dê conta de que essa atitude está diretamente ligada à dificuldade dos produtores da Serra, conquistarem seu espaço. “A gente vê a luta que é para se inserir nessa área. A gente tenta incentivar o pessoal a produzir cada vez mais.” Observa o professor de Publicidade e Propaganda na UCS Ronei Teodoro da Silva. Enfim, para que de fato o potencial desses jovens produtores seja visto, é preciso incentivar o consumo do conteúdo produzido aqui.

Texto e fotos: Eliana Santos e Thaíze de Vargas

Leia mais:
TCC sem estresse com Eduardo Borile
Comunicação Independente provoca estudantes
Programação semana acadêmica de Jornalismo
Rádio e o cenário político atual
Semana Acadêmica de PP – Trajetória feminina no audiovisual

 

Compartilhe nas suas redes sociais!

  • Compartilhar
  • Tweet
  • Pin
0shares

Tags: Lauren FogaçaPublicidade e PropagandaSemana Acadêmica de Comunbicaçãouniversidade de caxias do sul

Posts Relacionados

  • UCS Desafiando Estrelas 2017 em Gramado e Canela 27 out, 2017
  • Novos Horizontes para o Jornalismo 18 set, 2012
  • Romeu e Julieta 19 out, 2012
  • Dia do revisor 28 mar, 2012

Deixe uma resposta Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  • História anterior Câmara lança ferramenta para checagem de fake news
  • Próxima história Rádio e o cenário político atual foi tema da fala de Ferraretto em palestra na UCS
  • Rádio

  • Plano Geral

  • Último vídeo

  • Agenda

    janeiro 2021
    S T Q Q S S D
    « dez    
     123
    45678910
    11121314151617
    18192021222324
    25262728293031
  • TWITTER

    Tweets de @frispitucs Follow @TwitterDev
  • Nuvem de TAGS

    Agenda Combo Frispit Destaques Edição 1 Eu jornalista! Eventos Leia ainda Monografias Notícias Offset - cidadania Offset - ciências Offset - cultura Offset - esporte Offset - lazer Offset - tecnologia Offset – futebol Offset – games Offset – saúde Publicações Reportagens Especiais Rádio Sala de aula Sala de aula ao vivo Semana acadêmica Sem categoria UCS Web TV
  • Lista de Links

    • Blog da maria frô
    • Blog do Altamiro Borges
    • Blog do Esmael
    • Blog do Mello
    • Blog do Sakamoto
    • Blogueiras Negras
    • Brasil 247
    • Brasil de Fato
    • Carta Capital
    • clic RBS.com
    • Diário do Centro do Mundo
    • Empório do Direito
    • Escrivinhador
    • Estadão
    • Folha de S. Paulo
    • Geledes
    • Hariovaldo Almeida Prado
    • Jornal O Globo
    • Jornalistas Livres
    • Justificando
    • Le Monde Diplomatique – Brasil
    • Luis Nassifi – GGn
    • Mídia Ninja
    • Nocaute
    • O cafezinho
    • Outras Palavras
    • Portal da Imprensa
    • Prisma
    • RBA _Rede Brasil Atual
    • Revista Forum
    • Tá na Pauta
    • TVT – TV do Trabalhador
    • Ultrajano
    • Vermelho
    • Viomundo
  • RSS Notícias

    • Venda da gestão de Viracopos falha; grupo implicado na Lava Jato pode falir
    • Jovem trans filma transição: 'Queria mostrar a outros jovens como eu que as coisas podem melhorar'
    • Anvisa divulga orientações para vacinação em farmácias
    • Grupamento de Defesa Ambiental resgata cavalo abandonado
    • Praia Grande teve mais movimento no Ano-Novo que no Carnaval pré-pandemia
    • Testes para diagnóstico da Covid-19 são realizados em unidade móvel, em Curitiba
    • Trump emite declaração de emergência para o Distrito de Columbia, sede da capital Washington
    • Bolsa norueguesa para jornalismo investigativo sobre crimes ambientais tem inscrições abertas
    • Caixa-preta do Boeing que caiu na Indonésia é encontrada
    • Inflação oficial tem alta de 4,52% em 2020, diz IBGE
  • INSCREVA-SE PARA RECEBER AS NOVAS NOTÍCIAS!

    Deixe aqui seu e-mail para ser avisado em primeira mão sobre as novas notícias do Frispit.
  • Parceiros

    Alguns direitos reservados, Frispit 2015