Reger com maestria
Ao chegar ao local da entrevista, o maestro Manfredo Schmiedt da Orquestra Sinfônica da UCS, estava sentado com seu caderno de partituras, ou segundo ele considera, com seu dicionário único de estudos, acrescentando a cada minuto livre uma aprendizagem. Ao lado, um cafezinho. A simpatia e o nível das respostas logo indicaram o grau de conhecimento.
Para confirmar seu forte apego aos livros e a relação com a música por meio de suas análises, ele explica: “É preciso gostar de estudar sozinho, porque boa parte daquilo que a gente faz antes de ensaiar com a orquestra é extremamente solitário.”
Além de ter vontade para estudar, o maestro conta que para uma boa regência é necessário ter um ouvido aguçado para detectar dentro de um conjunto orquestral, onde estão os erros e fazer as devidas correções. Para ele, é fundamental ter liderança agregando os músicos em uma única direção. Outro requisito importante é a conexão entre a vida e a música, na qual o ritmo interno deve ser constante. “A parte psicológica é muito importante, chega a 70 % da formação de um regente.”
Enquanto os integrantes da orquestra precisam estudar as melodias de seus respectivos instrumentos, tarefa que já é difícil, o maestro precisa fazer uma análise harmônica e melódica das partituras de todos os instrumentos. “O regente é alguém que tem que ter essa curiosidade de jamais dizer eu sei tudo, ter essa humildade de estar sempre buscando. É uma função que exige essa mania de cavocar e descobrir novas coisas”, afirma Schmiedt.
O músico Luiz Severo Bocchese toca trombone na Orquestra da UCS. Ele diz que a comunicação entre o maestro e o restante da orquestra tem total importância para a produção da harmonia. “O maestro com sua regularidade dá o andamento, marca o tempo, indica a intensidade e velocidade das músicas”, declara o trombonista.
Texto: Taís Pellenz
Foto: Claudia Velho
Grata por esta entrevista me esclareceu imensamente.