Muitos dias de intercâmbio
Quem olha para Érick Luchtemberg, tão jovem na aparência e também na idade, não faz ideia da bagagem cultural e da experiência internacional que ele acumula. Com apenas 23 anos, o estudante de Administração de Empresas da UCS já conhece dez países: Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Fiji, Indonésia, Tailândia, Laos, Malásia, Vietnã e Camboja. Estes últimos oito citados, ele conheceu em um “mochilão” – modalidade de viagem na qual se visitam muitos locais em um curto período de tempo – neste caso, em pouco mais de três meses.
E por que fazer um mochilão em países tão inusitados? “Quis fazer mochilão na Oceania, sudeste asiático, justamente porque cada país que tu vai é totalmente diferente um do outro”, explica Érick. Além de conhecer tantas culturas, ele também se aventurou em experiências extremas, como pular de paraquedas (chamado skydive), de bungy jump, e praticar snowboard. Tudo acompanhado pela sua namorada Thayane Pezzi, 22 anos. Todas as experiências do casal estão registradas no blog “103 dias de nossas vidas”.
Os pontos positivos da viagem foram tantos que Érick nem consegue descrever direito. Ao ser questionado sobre o melhor da experiência, ele para e reflete, com um brilho nos olhos ao recordar dos bons momentos. Finalmente, cita alguns lugares: “É difícil, a gente falar por lugar. Eu gostei muito de Fiji, que é um paraíso. A Tailândia também foi muito legal”.
Em comparação, os aspectos negativos surgem bem rapidamente, já que foram poucos – e traumáticos. O intercambista cita duas ocasiões. A primeira foi em uma viagem em uma campervan (espécie de veículo) alugada na Nova Zelândia. O casal dirigiu por mais de seis horas, em uma estrada deserta na qual não se via nem sinal de luzes ou de casas. Para piorar, havia neve no caminho que serpenteava uma montanha. Qualquer deslize fora dos trilhos, e o carro poderia perder o controle.
Já o segundo momento que Érick recorda aconteceu no Laos, em uma viagem de ônibus de Luan Prabang para Van Vieng. “Era para ser VIP, mas foi o ônibus mais velho que andei na minha vida! Foi horrível!”, exclama. O veículo estava lotado, e eles percorreram apenas 200 quilômetros em mais de oito horas, devido à neblina e chuva e às condições da estrada. “Não sabia se a gente ia chegar vivo lá em Van Vieng. Foi bem tenso”, diz.
O mochilão, realizado entre junho e setembro de 2011, foi apenas a mais recente experiência da carreira de intercambista de Érick. Antes de realizar esta viagem, ele morou na Austrália por oito meses, entre setembro de 2010 e junho de 2011. Na terra dos cangurus, ele coordenou a base da Egali Intercâmbio em Sidney, agência de intercâmbios na qual trabalha. Érick conta que ele e sua namorada sempre quiseram morar no país, e ele encontrou na coincidência da vaga a oportunidade para realizar o seu sonho.
Em 2010, o estudante morou nos Estados Unidos por quase dois meses, onde coordenou a base do programa “Work and Travel” da Egali – modalidade na qual o intercambista tem um trabalho remunerado em uma empresa. E, ainda antes disso, entre 2008 e 2009, Érick morou por mais de quatro meses em Los Angeles, também nos Estados Unidos. Foi este intercâmbio que abriu as portas para o seu trabalho na Egali. “Em 2008 eu viajei pela Egali de Porto Alegre. E quando voltei em 2009 a Egali estava abrindo o escritório em Caxias do Sul. Eu fui conversar com o coordenador da época e acabei contratado”, explica.
Depois de viver em dois países tão diferentes como Estados Unidos e Austrália, a pergunta de qual dos dois é melhor é inevitável. “Não tem como dizer qual é o melhor. Foram duas experiências ótimas, diferentes. Se fosse pra morar em definitivo, seria a Austrália. Mas não que seja melhor que a experiência que eu tive nos Estados Unidos”, diz Érick. Ele acrescenta que o estilo de vida australiano é o ponto forte, pois leva muito em conta a qualidade de vida e não há uma preocupação excessiva por trabalho. Estas características o intercambista procurou aplicar na sua vida no retorno ao Brasil.
Agora, Érick começa a pensar nos planos para o futuro de suas viagens. “A gente volta já pensando na próxima. A vontade de viajar é enorme”, define. E acrescenta: “O intercambista, no momento que faz uma viagem, pode ter certeza que é a primeira, porque muitas mais vão vir. A pessoa começa a dar prioridade para viajar ao longo da vida”.
Veja na galeria abaixo mais fotos da viagem de Érick e Thayane pela Oceania e sudeste asiático.
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Texto: Sabrina Didoné
Fotos: arquivo pessoal / Érick Luchtemberg e Thayane Pezzi