Grupo RBS adequa estratégia de acordo com mudanças de hábitos dos leitores
Nesta terça-feira, aconteceu a 7ª edição da Conversa Utópica, organizada pelo DA de Jornalismo. O convidado dessa vez foi o Editor do jornal Zero Hora Rodrigo Müzell, que falou sobre as “tendências do jornalismo digital”.
Realizada no auditório do bloco S, a conversa foi mediada pela professora Ana Laura Paraginski. Convidado e professora discutiram sobre o jornalismo no mundo digital e seus desafios perante a variedade de plataformas e públicos. Müzell falou que o Grupo RBS tenta adequar sua estratégia pensando nos novos hábitos dos leitores, por isso os altos investimentos no digital.
Diferença entre meios
A professora e mediadora Ana Laura Paraginski perguntou sobre a visão dele acerca do meio impresso e do digital, e se ele já enxerga o digital tomando o lugar do impresso. Müzell acredita que sim: “já podemos ver os leitores de impresso diminuindo e o de digital aumentando”.O jornalista ressalta que não é por não gostar do meio impresso ou o considerar ultrapassado, mas sim, porque ele é muito caro para ser produzido.
– O papel e a tinta representam 50% do custo total de um jornal impresso, isso tirando o transporte. O papel é apenas um meio, e se me falassem que existe um meio que você pode fazer praticamente a mesma coisa, mas com mais rapidez e sem esses custos, eu iria correndo – completa Rodrigo Müzell.
Debateram também sobre os pontos cruciais que fizeram a parte digital da RBS virar referência nacional. Müzell cita como primeiro ponto, o momento em que o ClicRBS fixou na cabeça das pessoas como uma marca; outro momento importante foi no cinquentenário da Zero Hora, em que foi criada uma equipe focada no digital. “Nessa hora que conseguimos experimentar muitas coisas novas e conhecer melhor o nosso público”, afirma Müzell
GaúchaZH
Rodrigo falou um pouco sobre a convergência de dois grandes veículos de informação aqui do estado: a rádio Gaúcha, conhecida por suas transmissões esportivas e jornalismo de ponta, e o jornal Zero Hora, que é modelo de impresso no sul. Essa iniciativa tem o objetivo de fornecer tudo que o jornal e a rádio já ofereciam, mas agora em um só ambiente, contando com matérias exclusivas em texto, áudio e vídeo, junto com transmissões ao vivo para os espectadores. Qualquer um pode acessar essa página e ler a matérias, porém os não assinantes vão ter um limite diário.
– Desde o começo desse projeto, já vimos um crescimento gigantesco no número de assinantes, parece que as pessoas abraçaram a ideia pela praticidade – ressalta Müzell.
Os leitores podem optar por uma das quatro opções de assinatura, que vão desde um plano básico de R$6,90/mês até o completo de R$119,90/mês que inclui o acesso ilimitado ao portal de notícias, e mais o aplicativo Colorado ou Gremista, acesso a versão online do jornal impresso e receber em casa todos os dias a edição impressa de ZH, incluindo a super edição de Final de Semana da ZH.
Futuro Profissional
Na parte final da palestra, foi discutido sobre as funções que o profissional precisará ter futuramente. Na opinião de Müzell, o profissional que vai ter sucesso na carreira daqui uns anos será aquele que consegue absorver a informação, julgar se ela é relevante e conseguir fazer links a partir dela.
Ele também ressaltou que os jornalistas do futuro, muitas vezes, não vai ter alguém para filmar ou tirar foto, por isso ele prepara os jovens que trabalham em sua equipe para conseguirem se virar, se precisar de fotos, usa o celular, precisa se comunicar com uma testemunha, usa o whatsapp sem problema, e ele completa:
– Todos podem e devem fazer tudo, pois quanto mais multitarefas é um profissional mais requisitado ele é.
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Texto: Daniel Lima
Foto: Daniel Lima