Ela chegou!
Depois de muitos dias de vento e temperaturas negativas, a neve finalmente chegou a Montreal. E, diga-se de passagem, chegou com tudo. Ruas, calçadas, árvores e prédios: tudo coberto de branco. É realmente lindo, parece aqueles filmes de Natal que passam no final do ano na TV. Porém, a locomoção se torna um pouco mais difícil. É preciso muito cuidado para não escorregar. As estradas escorregadias também provocam atrasos nos ônibus. É claro que, constantemente, máquinas passam para recolher o excesso de neve nas ruas, mas se a ideia for sair de manhã cedo, é um problema. Porém, para mim, a neve não perdeu sua magia.
Além dos flocos brancos, outros acontecimentos me remeteram ao clima de Natal durante essa semana. No sábado fui assistir ao desfile da chegada do Papai Noel. Com a presença maciça das crianças, o desfile foi encantador, com bandas, acrobatas, carros alegóricos e todas as criaturas natalinas e de contos de fada que se possa imaginar. No final do desfile, duendes passaram recolhendo as cartas dos pequenos endereçadas ao Père Noël. A única parte ruim foi ter que ficar parada na rua cerca de uma hora e meia no frio. Por mais encasacada que eu estivesse, minhas mãos e pés estavam congelando.
Minha semana também foi marcada por cultura e aprendizado. Na sexta passada fui ao Salon Du Livre de Montreal (uma espécie de feira do livro em um lugar fechado). É um evento fantástico, o maior do gênero dentre todas as Américas. Apesar da variedade de livros ser incrível, não cheguei a encontrar livros em inglês (somente em francês). Além disso, os preços não eram dos mais acessíveis (ainda mais quando se tenta converter para reais). De qualquer forma, valeu muito a experiência, principalmente para observar a grande presença das crianças, que sentavam no chão e mergulhavam nas histórias dos livros, felizes como se estivessem em um parque de diversões.
A outra atividade cultural foi a visita ao Museu do Holocausto. Esse fato histórico sempre me chamou a atenção, devido às proporções gigantescas que atingiu e a tamanha monstruosidade nele inserida. Visitei museus do gênero em Curitiba e Paris, mas para mim o de Montreal é o mais completo. Além de objetos e quadros explicativos, ele exibe vídeos com depoimentos de pessoas que viveram naquela época e sofreram as terríveis consequências do antissemitismo.
Nos últimos dias, também fui ao cinema assistir Catching Fire e jantei em um restaurante brasileiro muito bom. No sábado vou novamente para Quebec City (espero que tenha sol dessa vez) e na próxima semana começa a sequência de despedidas de diversos amigos que voltarão para seus países. Assim, terá início a sessão aeroporto. Até lá.
Texto: Alana Bof
Fotos: Alana Bof