E o sonho ficou para 2022
Brasil perde para a Bélgica, é eliminado da Copa do Mundo e adia a busca pela sexta estrela Amarga. Assim foi a derrota da seleção brasileira na última sexta-feira (06/07), que culminou no adeus à Copa do Mundo 2018. É sempre muito difícil escrever sobre uma desclassificação, porque você fica tentando entender o que aconteceu, apontando culpados, vendo e revendo os lances…
A eliminação na Rússia veio na fase de quartas de final, diante de uma tão comentada “nova geração belga”. Logo aos 14 minutos, uma falha grosseira dentro da área e, Fernadinho marcou contra. O gol assustou o Brasil que não se achava em campo e errava passes inacreditáveis. Quando tudo que precisávamos era o intervalo, mais um balde de água fria:
contra-ataque mortal da Bélgica. Em apenas 15 segundos, Lukaku atravessou o campo e deixou De Bruyne pronto para marcar. 2×0. E eu ainda me pergunto: por que ninguém fez a falta?
O Brasil voltou para o segundo tempo disposto a tentar. E tentou. Douglas Costa e Firmino tornaram a equipe mais agressiva e rápida. Mas quando você precisa correr atrás do placar, existe um inimigo a mais dentro de campo: o tempo. Os minutos “voam” e, com isso, o nervosismo fica mais transparente e erros acontecem mais facilmente.
Mesmo que a troca de passes não funcionasse eficientemente, a seleção canarinho chegava à finalização. Faltava a pontaria e a calma na hora de concluir. Em sua terceira alteração, Tite optou por Renato Augusto. A estrela do treinador brilhou, e no cruzamento de Coutinho, o jogador marcou de cabeça reacendendo a esperança da torcida brasileira. Antes do apito final, o Brasil chegou por pelo menos mais duas vezes, com Renato Augusto e Neymar. Não deu
tempo, não foi o suficiente.
Em um jogo decisivo, não há margem para o erro. Time que quer chegar à final não pode dar tanto espaço para uma equipe qualificada jogar. A Bélgica está invicta há 23 jogos e, inclusive ocupa a terceira posição no ranking da Fifa (apenas uma posição atrás do Brasil). Mesmo que a equipe brasileira tenha mantido a posse de bola e finalizado mais vezes no alvo, ganha quem faz o gol. Os belgas foram mais eficientes nesse quesito, e também contaram com o inspirado
goleiro Courtois.
Enquanto alguns fazem a festa, outros choram. É a lei do futebol e sempre será assim. O trabalho feito até aqui precisa ser valorizado, os erros precisam ser analisados e a pressão pela sexta estrela dourada irá continuar. São mais quatro anos até o mundial no Catar, em 2022. Tempo suficiente para trabalhar e seguir em busca do sonho chamado HEXA.
Nada justifica
Mesmo que a derrota do Brasil tenha passado diretamente pelo erro individual de Fernandinho, nada justifica os ataques racistas nas redes sociais do jogador logo após o final da partida. As ofensas recebidas mostram o lado obscuro e negativo dessa que é uma das maiores paixões do brasileiro. O futebol serve, antes de tudo, para UNIR. É lamentável que atitudes como essa ainda ocorram em pleno século XXI.
Texto: Karine Zanardi dos Santos
Foto: Divulgação