Destino Inusitado
Procurando fugir dos destinos mais tradicionais de intercâmbio, Fernanda Massita Tonolli, 20 anos, escolheu Macau para realizar a mobilidade acadêmica. Contudo, apesar da escolha inusitada do destino, ela repete o mesmo discurso de todo intercambista: não queria ter voltado, e sente muita saudade de lá.
Fernanda viajou para esta região administrativa especial da China em dezembro de 2011, e voltou recentemente, em junho de 2012, ao final do semestre da Universidade de Macau. Como cursa Comércio Exterior na UCS, ela poderá aproveitar seis disciplinas estudadas lá para a sua graduação.
Aliás, o tema de seu curso teve influência na sua escolha de destino. “Queria ir para a Ásia, e para a China, por causa do comércio”. Macau, então, surgiu como opção entre os locais que a UCS tem convênio com outra instituição de ensino superior. Apesar das placas nas ruas serem escritas em cantonês, língua falada em Macau que utiliza os mesmos caracteres do chinês, sempre havia a tradução em português, já que a região teve colonização portuguesa. Mesmo assim, ninguém costuma falar a língua oficial do Brasil nas ruas. A ex-intercambista conta que nas aulas os professores falavam sempre em inglês.
Fernanda já sabia falar inglês antes da viagem, mas acredita que o seu nível de entendimento na língua melhorou muito. Depois de um tempo, conseguia até distinguir os diferentes sotaques de alemães, japoneses, australianos.
A estudante também encontrou barreiras em relação à língua. Em Macau, poucos taxistas e garçons sabem falar inglês. Portanto, nos restaurantes era preciso apontar no cardápio o que desejava. Além disso, nem todos os macauenses se comunicam muito bem em outra língua além do cantonês, sendo naturalmente mais retraídos que os brasileiros.
A viagem ajudou Fernanda a melhorar no uso dos famosos “pauzinhos”, usados nos lugares dos talheres. “Nos primeiros dias, pedi um prato que era uma sopa, e trouxeram os pauzinhos!”, exclama.
Porém, nem tudo era dificuldade. Devido ao custo de vida em Macau ser bem mais baixo do que outros destinos de intercâmbio, como Europa e Estados Unidos, Fernanda conta que pode viajar por todo o sudeste asiático, conhecendo países como China, Malásia, Filipinas, Tailândia, Japão e Austrália. Ter se hospedado no dormitório da própria Universidade ajudou a economizar dinheiro para viajar, e até para pular de bungy jumping em Macau.
A experiência do intercâmbio fez com que Fernanda aceitasse ser madrinha universitária, colaborando com os estudantes internacionais que escolhem a UCS. “Vi como é importante ter alguém local auxiliando”. Ela acredita ainda que essa é uma oportunidade de matar a saudade de seu intercâmbio. “É bom também para a troca de valores e cultura”, finaliza.
Texto: Sabrina Didoné
Foto externa: Alline Beatrici
Foto interna: Arquivo Pessoal/Fernanda Massita