160 aventuras no Timor Leste
No final do ano passado ele foi selecionado para participar de um programa de formação de professores no Timor Leste e em janeiro desse ano Marcelo Rosa, que cursa o mestrado em educação pela UCS, partiu para aventuras e novas experiências no país asiático.
A sua missão era ajudar na formação de professores nas escolas, na área de ciências, especialmente química. Porém, a língua portuguesa também teve que ser trabalhada, já que uma determinada faixa etária dos professores falava apenas tétum, apesar do português ser a língua oficial. Marcelo conta que encontrou dificuldades para realizar o trabalho, principalmente devido à escassez de materiais e estrutura precária, porém conseguiu superá-las. “O positivo disso é que tu busca alternativas para fazer o trabalho. Percebe que tu é capaz.”, comenta.
Também foi realizada a capacitação dos funcionários da Infordepe (Instituto Nacional de Formação de Docentes e Profissionais da Educação), já que, com a troca de governo, eles receberam muitos materiais para a prática de química que não sabiam manusear. “O laboratório de práticas da Universidade Nacional do Timor Leste é no banheiro. A formação deles é bem precária”, revela Marcelo.
Nos 160 dias que ficou no Timor Leste, ele enfrentou situações das mais adversas. O banho podia durar no máximo 5 minutos devido à escassez de água e ele só passou a ter água quente após o segundo mês de estadia no país. Muitas vezes era necessário estocar comida em casa já que aconteciam ondas de violência nas ruas frequentemente. “Dá para colocar como 160 aventuras. Cada dia era uma coisa diferente”, resume o mestrando.
Como principais aprendizados trazidos com a experiência da viagem, Marcelo revela dois aspectos centrais. Na esfera pessoal foi aprender a valorizar as coisas que parecem simples, como a água potável, que no nosso dia a dia passam despercebidas. Já na esfera profissional, ele aprendeu ter um envolvimento maior com as dificuldades de cada aluno, estabelecer uma relação mais humana.
A viagem foi bem diferente do que ele imaginava, mas rendeu muitos ensinamentos. “Foi difícil, mas bem desafiador”, conclui.
Texto: Alana Bof
Fotos: Lucas Fagundes e Arquivo Pessoal